Fazer, pensar e decidir: os papeis das mulheres nos assentamentos rurais. algumas reflexões a partir de três estudos de casos

Cappellin, P., & Castro, E. G. (1997). Fazer, pensar e decidir: os papeis das mulheres nos assentamentos rurais. algumas reflexões a partir de três estudos de casos. Raízes: Revista De Ciências Sociais E Econômicas, (15), 113–130. https://doi.org/10.37370/raizes.1997.v.93

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AUTORAS (ES)

Paola Cappellin

Elisa Guaraná Castro

TIPO DE PUBLICAÇÃO

Artigo

TÍTULO

Fazer, pensar e decidir: os papeis das mulheres nos assentamentos rurais. algumas reflexões a partir de três estudos de casos

RESUMO

Apresentamos neste texto a análise realizada em três assentamentos entre 1994 e 1996 – no Rio de Janeiro (S. José da Boa Morte no município de Cachoeira de Macacu/RJ e Sol da Manhã no município de Seropédica/RJ) e em São Paulo (Gleba XV, no Pontal de Paranapanema). A análise se detém em resgatar as diversas contribuições das mulheres–trabalhadoras em alguns momentos do cotidiano produtivo e da vida no interior das famílias dos assentamentos. Atuar nas atividades agrícolas nos lotes e realizar os afazeres domésticos são expressões do fazer. Para percebermos a inserção das mulheres analisaremos a distribuição das atividades produtivas – agricultura, gado, horta, pequena criação –das demais fontes de renda internas ou externas ao lote e dos afazeres domésticos. Contribuir diretamente na elaboração do projeto produtivo e do futuro do lote e da unidade doméstica são expressões do pensar. Para, tal é importante perceber a reflexão das mulheres sobrea vocação econômica do seu lote, levando em consideração como amulheres se percebem, como avaliam a situação atual do lote, os balanços e as perspectivas. A partir deste conjunto pode-se assim aprofundar como as mulheres/trabalhadoras se integram na prática de planejar e elaborar estratégias de desenvolvimento da agricultura familiar. E, finalmente, participar das tomadas de decisão no que diz respeito à administração e ao planejamento econômico dos lotes, assim como nos projetos familiares, são expressões do decidir. Para poder ter uma maior clareza dos elementos que constituem a divisão sexual do trabalho e a partir de quais mecanismos esta divisão se perpetua devemos res gatar no tecido das relações familiares quais são as atribuições dos homens e os limites atribuídos às mulheres num contexto importante: as tomadas de decisão.

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